Matéria publicada em 30 de outubro de 2025- SITE DA UFMA
No dia 28 de outubro, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), por meio do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM), do Câmpus de Imperatriz, lançou o livro digital “Assimetrias de gênero nas universidades”, uma coletânea que reúne dezoito artigos inéditos sobre desigualdades, representações e experiências de gênero no contexto universitário.
Organizado pelas professoras da UFMA Thaísa Bueno, Leila Sousa, Michelly Carvalho, Letícia Cardoso e Janaína Amorim, da Universidade Federal do Pará (UFPA), a obra integra pesquisadoras e pesquisadores de diferentes regiões do país em uma reflexão crítica sobre as múltiplas formas de assimetrias de gênero nas instituições de ensino superior da América Latina. Para a professora Leila Sousa, discutir a temática no ambiente acadêmico é essencial, por ser um espaço que, historicamente, impulsiona as figuras masculinas.
“Discutir desigualdades é importante porque as universidades ainda possuem estruturas muito machistas que privilegiam e legitimam a figura masculina, e que acabam por perpetuar o apagamento e o silenciamento de ações e atividades desenvolvidas pelas mulheres, discentes ou docentes”, destacou.
A publicação é parte das ações do projeto “Assédio a professoras no ensino superior: um estudo sobre a realidade nos programas de pós-graduação no Nordeste”, financiado pelo Edital Universal do CNPq (Nº 18/2021), e conta com o selo da EDUFMA, do CNPq e do PPGCOM-UFMA. Dividido em quatro partes, Discussões teóricas, Mapas do conhecimento, Aspectos empíricos e Relatos de experiência, o volume apresenta reflexões que evidenciam as contradições entre o ideal de igualdade e a persistência de práticas patriarcais e machistas no meio universitário.
Com linguagem acessível e rigor acadêmico, a obra busca ampliar o debate sobre políticas de igualdade de gênero, além das condições de trabalho e representação da figura feminina no ensino superior.
“Os leitores podem encontrar textos que falam sobre assédio, também sobre iniciativas pioneiras desenvolvidas por mulheres nas mais diversas áreas do saber, também discute questões que atravessam o gênero como maternidade, raça, classe. Há uma variedade de pontos de vista e matrizes teórico-metodológicas que podem servir de fontes para o trabalho dos pesquisadores do tema”, explicou Leila.
A coletânea ainda tem um propósito maior de incentivar a reflexão e o reconhecimento das violências com base nas experiências compartilhadas por outras mulheres.
“Tenta ampliar e trazer o debate para o universo acadêmico para que as vítimas dessas práticas possam saber a quem recorrer, a identificar e nomear as violências sofridas e que possam criar redes de resistência e enfrentamento, inclusive ajudando outras vítimas e a própria Universidade a repensar estruturas desiguais e se tornar um espaço mais equitativo”, reforça Leila Sousa.
O livro “Assimetrias de gênero nas universidades” está disponível gratuitamente em formato digital no site do PPGCOM-UFMA, disponível aqui.
Por: Giovanna Carvalho
Revisão: Jáder Cavalcante
